segunda-feira, 29 de março de 2010

A verdade

Como vou escrever ? Se meu coração fugiu de casa. Saiu pelas portas do fundo, o covarde.Sem deixar bilhetes. E me deixou assim: Vazia. Oca Mas, então de onde vem toda esta dor? Vem de longe, eu sei. E se instalou bem aqui do lado esquerdo do peito. Ela fala inglês. Repete murder. Murder. Murder. Mordo os meus lábios para não esquecer. Só ai então descubro : meu coração não fugiu de casa, o coitado...

… ele foi assassinado!

(E eu sei por quem. Um crime nunca é perfeito)

sábado, 27 de março de 2010

Song of freedom

Um certo Marley cantou pela paz. Em uma canção de redenção. Não mulher, não chore. Seremos livres sim, como queremos ser. Como um leão na montanha. E poderemos ser amadas e amadas. E se nós temos amigos que vão, com certeza teremos amigos que voltam. Que chegam. É só não desistir da luta. Portanto levante- se. E junte se à nós à esta canção. À esta canção de liberdade…

…pois é a única coisa que temos.*

(Ah, a escravidão tem doído em mim por estes dias. Qualquer tipo dela.)

* Dizem por aí que temos o voto também.

quarta-feira, 24 de março de 2010

14020-370

- Eu sinto borboletas no estômago ao lhe ver. Foi o que ele me disse. E meu
coração sorriu feito beija-flor. Parou no ar por alguns instantes . Talvez isto seja amor, pensei. E fiquei alegre. Quis lhe dar a mão. Mas, você fugiu tímido. Voou como uma águia pela a imensidão. Onde lhe encontrar? Meu pombo correio saberá o caminho? Espero que sim…

…Mas, ajudaria se você fornecesse o cep.

(eu sei que é romântico falar ‘borboletas no estômago e etc e tal, mas, juro que sinto falta de ouvir ‘frio na barriga‘. O bom e velho)

terça-feira, 23 de março de 2010

Próxima parada: ali

É estranho ficar preso à estação. Com uma paisagem que nunca muda. Talvez, os trens estejam realmente dormindo. Como diz aquele poema de Neruda que você nunca leu. Mas, eu sei de cor. Por quanto tempo estive por aqui, esperando a viagem certa? Que me levasse para onde eu quero ir? E o tempo passou rápido demais. Entardeceu tantas vezes! Muitas pessoas foram, eu sei. Sinto. E só eu fiquei. Por convicção. Inércia. Medo. Ou sabe se lá. Talvez seja eu que cochilei e dormi por todo este tempo. E os trens passaram um a um por mim...

... mas eu não os vi.

(Aceitando carona no momento)

sábado, 20 de março de 2010

Volvi

Voltei para o lar. Doce e quente. Onde a vida tem sabor de sombra e água fresca. É tão bom estar. E nem corri. Nem peguei ônibus. Ou avião. Só fechei os olhos e me deixei levar. Fui parar tão longe, baby. E lá não se fala inglês. O idioma é fraterno. Parecido com o do amor. E as pernas têm vontades próprias. Ela dançam. Elas bailam. A alegria pousa na palma da minha mão. Ela tem forma. Estou feliz, como diz aquela canção. Voltei para casa. Minha casa.
Estou em Andaluzia!

Minha felicidade tem som de castanhola.

(Porque minha alma baila flamenco)

quinta-feira, 18 de março de 2010

IN LOCO

Apaixonei-me tantas vezes. O quanto foi possível. Das correspondidas às platônicas. Das sem graça às sem vergonha. Das de mão única às que não me levaram à lugar algum. Apaixonei-me tantas vezes pelas pessoas erradas. Pelas as que estavam longe. E pelas que nunca chegaram a me conhecer realmente, apesar de estarem ao meu lado. Apaixonei-me tantas vezes, eu sei...

... e foi só para escrever.

(Porque nasci poeta, manja?)

E te entendo Morais!!!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vocês verão, serei primavera (se o outono permitir))

Chega logo outono. E leve com você todas as minhas folhas escritas. Rabiscadas. Desenhadas. Gastas pelo tempo. Deixe-me em branco. Nua. Quero me reinventar. Fazer-me de novo. Talvez me faça em um tom mais suave. Mais pastel. Doce e frágil. Com medo de tempestades e ventos do litoral. Quem sabe assim alguém se aproximaria? Cuidaria de mim? E eu poderia ser uma primavera delicada. Recheada de flores. Com pretensão à frutos.

Chega logo outono...

... pois cansei de ser verão.



(Culpa do meu signo em fogo e meu ascendente em ar, certeza)

sábado, 13 de março de 2010

Zoom

Fome de futuro. Use o Zoom. Traga para hoje o que se quer ser. O que se é. Já é. Macalé. Olha para o horizonte. E veja o teu mar. Há tantas outras possibilidades de gostar. É uma onda amar. O seu barco não está à deriva. O vento é bom. Alguém te espera no cais? Porto seguro. Seguro que é bom o que te espera. Vejo isto em teus olhos. Sei bem este sorriso...

... Porque padeço da mesma fome.

"Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim"
Clarice Lispector

quinta-feira, 11 de março de 2010

Do lado esquerdo do peito

-Amiga, você me disse. Amiga, consenti. E fechei os olhos para que eles não me denunciassem. Não revelassem o que vivi. E ouvi calada sobre os seus amores. Sobre os seus planos para o amanhã. E chorei sem derrubar lágrimas. Sangrei-me inteira por dentro. Mas, sorri...

... como toda boa amiga faz.

(Amizade é um amor que nunca morre. Assim espero)

terça-feira, 9 de março de 2010

Tão longe, Tão perto.

Eu não sei sobre a distância que nos separa, pois não estudei geografia. Não me apaixonei pelas as exatas e fiz letras com o meu português. Não me recordo dos nomes dos rios, mas sei que eles correm para o mar; que sempre está de braços abertos. As estrelas não me mostram o caminho, e ao contrário do que deveria ser, perco-me entre elas, encantado. Das montanhas, só sinto a fé; e por isto, o cheiro da terra trás a esperança para perto de mim. Sou um território sem fronteiras. Habitado por estrangeiros dos planetas que inventei. Falo o idioma do sorriso. E viajo na velocidade da luz. Portanto, não me fale sobre a distância que nos separa. Estou perto...

...q u a s e c h e g a n d o.

Meu nome?
AMOR

(Não me reconhece?)

sábado, 6 de março de 2010

Anúncio

Quero um amor de dia-a-dia.
De rotina.
Sem roteiro.
Sem rodeio.
Quero um amor com direito à cinema de domingo.
Com brigas e reconciliações.
De paz.
De palavras sem precisar dizer.
Quero um amor de olhares comprometidos.
De mãos dadas.
De sono junto na cama.
E de pés firmes no chão.
Quero um amor de presente.
Que me dê um futuro.
Um anel no dedo anular.
E almoços em família.
Quero um amor de anúncio de televisão...

... mas este, vou colocar no jornal.



(Interessados mandar proposta em forma de poesia ou prosa, tanto faz. Porque é de extrema importancia que o candidato tenha alma de escritor. :) )

quinta-feira, 4 de março de 2010

Tratamento de Choque

Meus desejos foram levados à força para um manicômio
Estão presos em uma sala qualquer
Com camisas de força
Gritam por ajuda
Pedem por socorro
Dizem que não querem ser Napoleão.

Enquanto isto,
Deram-me o livro Poliana para ler
Para eu aprender aquele tal 'jogo do feliz'
Para eu fingir que está tudo bem...
... Não está.


(O Próximo passo: LOBOTOMIA.)
Tirem de vez o meu Hipotálamo, só assim paro de sentir.