quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Contradição era a sua condição

O cachorro estava quieto. Dormia. Ela, a dona, não possuía mais sonhos. Apenas vivia. Respirava. Se acreditasse em príncipes, esperaria por um beijo. Queria acordar. Despertar. Mas, não esperava. Pelo contrário, comia todas as maçãs. Já havia sido expulsa do paraíso. Esperança era só uma cor. Ou um gosto, não lembrava bem. Perfume é o que não era. Sabia de cor todos os cheiros. Do almíscar ao café. E de chuva, o seu preferido. Não tinha sombrinha. A água, portanto, escorria sobre seu rosto. Não era feita de açúcar, pensou. Apesar da doçura. Olhou o cachorro. Ele dormia. Sonhava. Alguém da dupla, enfim, era feliz. Ela quis sorrir. Não conseguiu. E uma lágrima caiu daqueles olhos da cor do mar.

3 comentários:

Iuri disse...

oie,meu email é o bermudessilva@hotmail.com

Tatiane Trajano disse...

Gosto da leveza de como as palavras saem de você.. Muito bom!

Cheirinho de chuva..huummm..adoro!

Solange Maia disse...

Gosto dessa sua maneira de nos fazer respirar, sugar o ar, sentir, imaginar, visualizar, enfim, suas palavras aguçam TODOS os sentidos !!!!

Lindo.

Sensacional o post anterior... adoro senso de humor + inteligência !

Beijo carinhoso